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2018

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Balanço do ano de 2018   Parece impressionante a velocidade a que um ano passa… Quando estamos “dentro” do ano, bem lá no meio, não nos parece tanto assim, mas a verdade é que eles não passam assim tão devagar. Parece que ainda ontem escrevi o meu balanço do ano de 2017 e, no entanto, sei bem que muitas coisas se passaram desde então. O tempo é assim: há tanto a acontecer que nem nos damos conta da quantidade de momentos por que passamos!   Vamos lá a esse balanço final, seguindo os tópicos do ano de 2017. 1 – Amizades   Se 2017 foi um ano de redefinição de amizades, 2018 foi um ano bastante constante neste aspeto. Conheci pessoas novas, sim, e cada uma delas me marcou à sua maneira. No entanto, sinto que tive amizades bastante sólidas este ano, até porque sei quem é verdadeiramente meu amigo e que tipo de amigos tenho.   Ao contrário do que pensamos, as amizades são mais complexas do que parecem. Nem tudo é tão simples como parece, porque ninguém é simples. As

Outonalidades

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  A (des)coloração      O Outono já se instalou e, nos campos em redor, as belas cores da estação já fizeram a sua aparição. O amarelo, o cor de laranja, o castanho, o verde e o vermelho misturam-se numa harmonia perfeita que, na realidade, nada mais é senão o princípio do fim: em breve, cairão as folhas e o frio do Inverno matará a beleza poética do Outono.   O Outono agrada-me, assim como os últimos meses do ano. É a estação da mudança e, ao mesmo tempo, do sossego. A chegada do Outono e os primeiros dias de frio são mágicos para mim, pois representam um período de reflexão e de uma certa paz para mim. Assim como as folhas das árvores, também as nossas almas começam a revestir-se de outras cores, cores essas que são fruto da experiência acumulada ao longo do ano. É a hora de colher os ensinamentos que nos trouxe este ano e de preparar o ano que se avizinha.   Creio que já refleti sobre os ensinamentos que este ano trouxe; se calhar, até já refleti demais. Está na h

Petit poème en prose

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O Crepúsculo da Alma   A noite vai-se arrastando e vai desfilando languidamente por cima das nossas cabeças. Qual mulher parisiense perfumada e ornamentada, a noite vai refrescando o ar rebentado de calor e faz entrar a brisa neste apartamento onde me abafo até ao Infinito. O dia de sol, belo e brilhante, causa-me desconforto, pois vivo em paradoxo. Amo o sol, amo as claridades e, no entanto, elas ferem-me, entram-me nos olhos com o poder de um tirano e arrancam a minha disposição. Vivo para as claridades porque fujo delas e as procuro em simultâneo. Tento escapar ao calor que tolhe, abate, faz ranger os nervos e magoa a alma, mas ninguém escapa às garras dele. O suor cai pelo corpo abaixo, a energia esmorece, a calçada brilha de loucura solar.   Tudo isto tem implicações nesta vida de afazeres da utilidade burguesa contemporânea, em cuja sociedade nos integramos. Movidos pelo ideal (talvez) nobre da eficácia, enfiamo-nos em edifícios que se alargam com o calor e que pedem leq

Reflexões contemporâneas

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Dívida Humana       “Todos os dias, no aeroporto militar da cidade de Guatemala, um avião de 147 lugares aterra, transportando emigrantes capturados nos EUA e enviados para o seu país de origem.” Não sou eu que o digo. Limito-me a traduzir aquilo que aparece no instagram do jornal francês “Le Monde”. No conjunto de instastories do jornal, há um que me chama particularmente a atenção: Gracia, uma bombeira do Guatemala, dirigiu-se para o aeroporto para receber o seu irmão, mas ele não chegou hoje. Terá de voltar amanhã… As comunicações quase não são permitidas, daí haver dificuldades em saber em que dia chegam aqueles que foram expulsos.   Sentado num sofá confortável a observar as árvores e as plantas que começam a surgir nesta Primavera, ponho-me a pensar. Penso no sofrimento, na tristeza e na nossa ataraxia. Na nossa maldita calma, no nosso conforto burguês que é interrompido pelas nossas preocupações diárias, pelos pequenos “nadas” que nos chateiam. Penso no sofrimento dos out

Short story

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Nota inicial   Olá a todos! Já se passaram alguns dias desde a última vez que escrevi no blog. No entanto, como não vos quero desapontar, decidi trazer algo novo: uma short story. Hoje, publicarei a primeira parte desta short story ainda em construção. Trata-se de um desafio que estou a impor a mim mesmo, pois "obrigar-me-ei" a escrever uma narrativa mais longa e diferente de outros textos anteriormente publicados. Para além disso, trata-se de um desafio para vocês, leitores, que terão de esperar pacientemente pela continuação desta short story...   Boas leituras!  Linhas Cruzadas, Artes Amadas Parte I    Era mais um dia de Inverno. Lisboa vestia-se com casacos pesados, optava por cachecóis de malha e metia meias em cima de meias para cobrir o seu frio. Uma rapariga saía de um prédio. Era um prédio banalíssimo, de um branco já sujo pela idade e pelo tempo, onde se aglomeravam essencialmente famílias da classe média. Maria era uma exceção. Com 21 anos, vivi