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A mostrar mensagens de setembro, 2017

Monet, luzes e ação

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  O fim de tarde chega, de mansinho, prestes a refrescar a paisagem queimada pelos raios de sol enraivecidos de Verão. É ele que transforma o céu numa obra de arte, que contemplo como se visse a pureza do Universo a voltar a mim. Saio à rua finalmente e tento fixar, na minha difícil memória, a cor das nuvens que se descola daquele céu azul claro.   Tento fixar a cor das nuvens porque só elas me trazem um pouco de calma, um pouco de paz aos meus dias de raiva, de ódio, de pânico, de gritos secos dados no meio da escuridão. Vejo-me a anoitecer (de que dia falo eu?) e estico o meu corpo ágil em direção àquelas cores que pairam no céu, como se elas conseguissem preencher este vazio, esta insatisfação, esta falta de me ser, esta raiva de tudo me martirizar. Quero dançar ao som do vento e tornar-me laranja ou então um vermelho cor de sangue, como aquela nuvem perto da torre. Quero sentir aquele azul a tombar para negro de que se reveste o céu pré-noturno. Quero mergulhar no tom esbran